Sim, eu sei que faz tempo que você não lê nada meu por aqui. Se você chegou depois do término do Telhacast, talvez nem saiba quem eu sou. Pois bem, já que você continuou lendo, creio que não custa nada eu me apresentar e se você já me conhece, deixe-me aproveitar a oportunidade para “atualizar as definições de Kell” aí no seu sistema… Hoje vou contar um pouco sobre mim, sobre podcast e sobre a Campus Party.
Histórias de Podcast
Eu descobri o podcast da maneira mais inusitada possível: através de uma palestra motivacional. Veja bem, eu não fui convidada e, certamente, não era nem o público-alvo daquele evento mas, naquele dia, eu estava designada para ser o técnico multimídia que cuidaria da projeção e da sonorização.
Quase uma década depois, gosto de contar o quanto eu serei para sempre grata ao destino, ao universo e a tudo o mais que conspirou para eu estar exatamente ali.
28/06/2007 | Hotel Bourbon Curitiba | Auditorium Bourbon
O efeito foi tío arrebatador que, mesmo eu estando ali simplesmente pela obrigação do trabalho, senti que precisava agradecer por aquela coisinha nova mordendo a minha mente e me incomodando. Uma sensação eufórica e ambiciosa de que eu poderia fazer qualquer coisa. Poderia mudar o mundo.
– Uau! Parabéns. Eu gostei muito. E anotei o site, viu!? Eu também quero -œdespocotizar- o Brasil.
(…) Nesta parte, creio que você já se tocou de quem eu estou falando.
Foi assim que eu comecei a ouvir Café Brasil com Luciano Pires, um dos mais antigos e populares podcasts do Brasil. Se você já ouve podcast, sabe que é muito raro parar em um só.
Eu assinava dezenas de programas.
No começo, baixava no computador e transferia os arquivos .mp3 para ouvir no celular, mas a experiência de acompanhar tantos programas só foi viável depois que ganhei um ipod shuffle de um fornecedor .
Hoje, o celular é o principal meio de acesso í internet (80,4%) e mais de 136 milhões de brasileiros tem celular. Isto transforma a maneira como consumimos conteúdo e é muito positivo para o podcast!
Da mesma forma que a tecnologia e a mídia podcast tiveram vários upgrades, meu relacionamento com podcast também teve.
De ouvinte para produtora, não demorou muito. E de produtora para embaixadora da mídia, foi um pulinho.
Histórias de Campus Party
Em 2011, a minha história com podcast começou a se misturar com a minha história com a Campus Party. Através do Twitter, de grupos do Facebook e de muitas madrugadas no Skype, criamos conexões com as pessoas. Conexões tío intensas que temos a sensação de já conhecer quem ouvimos e com quem gravamos.
Em 2011 eu não pude participar, mas acompanhei de longe toda a movimentação realizada para agitar a Bancada de Podcasters e fizeram até uma Maratona Podcastal. Os dois dias de #maratonapod foram tío comentados que a tag chegou ao 2º lugar nos Trending Topics do Twitter no Brasil.
Estavam presentes, entre outros, Leo Lopes, Quessa e Dani Monteiro, Tato e Maury (Rede Geek) , Jovem Nerd, Dudu Sales, Maira e Flávio (Papo de Gordo), Gustavo Guanababara), Ph Santos, Jurandir e Mau (RapaduraCast) e mais algumas dezenas de pessoas podosféricas. Eu fiquei na maior tristeza por não ter conseguido ir e, mesmo seguindo as hashtags e conversando com os amigos presentes, sabia que não era a mesma coisa. Eu precisava fazer algo para estar ali no ano seguinte!
Cubo Geek na Campus Party 2012 #CPBR5
Foi o ano em que tivemos o Cubo Geek. Um estúdio totalmente equipado, visando a geração contínua de conteúdo durante o evento. Durante a semana da Campus, o Cubo Geek contou com programação exclusiva que foi transmitida por streaming. Entre outras atividades, tivemos Podcast Tutorial Live (tutoriais sobre podcast), gravação de podcasts consagrados ao vivo e além disso, 10 podcasts foram escolhidos dentre diversos inscritos e puderam usufruir do horário de experimentação.
A comunidade era muito forte. Próximo ao Cubo haviam 3 fileiras de bancadas com podcasters de várias gerações sentados juntinhos. Foi uma das experiências mais incríveis da minha vida, pois pude dar corpo e sorriso í s vozes de gente que “morava no meu foninho”.
O curioso é que fora de seus próprios sites, era raro as pessoas escreverem sobre podcast. E escrever foi a forma que encontrei para contribuir com a mídia. Lembro que muitos ficaram surpresos quando eu comecei a produzir publicações gigantes sobre o tema no site das Garotas CPBr (a comunidade, aliás, está prestes a completar 7 anos).
Foi nesta época que conheci a Thata, do Na Calçada. Ela foi coordenadora no Cubo Geek e continuou trabalhando na organização de conteúdos do evento. E como eu era nerd de carteirinha, podcaster e tinha uma década de experiência com eventos, fui convidada por ela para ser uma de suas colaboradoras e participei de diversas edições como assistente de conteúdos.
Lançamento do livro Reflexões sobre o Podcast na Campus Party 2014 #CPBR7
Eu pulei as histórias sobre a #CPBR6 só para não deixar o post grande demais, mas vou resumir para vocês que foi muito empolgante fazer parte da produção do evento e conhecer as pessoas maravilhosas que fazem o evento acontecer.
Sem falar no voluntariado. Fiz amigos para a vida!
E não é que este lance de podcast foi longe?
Em 2013, recebi o convite do Tio Lucio (Marsupial Editora) para escrever um dos capítulos do primeiro livro sobre a mídia podcast no Brasil. Pensa numa pessoa que ficou feliz. (agora multiplique por dois e você vai ter ideia de como eu fiquei me sentindo).
E como a Campus Party era o melhor momento para reunir podcasters de todo o país, nada mais adequado do que lançar o livro durante o evento.
Infelizmente, foi nesta edição que tive a pior crise de coluna da minha vida, impossibilitando de eu participar da segunda parte do lançamento que era a noite de autógrafos.
Foi meu primeiro passeio de cadeira de rodas e uma sequência de injeções.
Considero este momento um marco para a podosfera e, certamente, uma das atividades com mais gente em cima de um palco.
Também foi o ano em que conheci o Dado Schneider.
O campuseiro mais palestrante e o palestrante mais campuseiro de todos!
Minha primeira palestra solo sobre podcast Campus Party 2015 #CPBR8
Ao longo dos anos, alguns podcasters transformaram-se em parceiros do evento. É o caso dos queridos do Jovem Nerd. A dupla é campeí de audiência nos palcos!
Também tivemos outros produtores de podcast nos palcos como integrantes do Papo de Gordo, Cinema com Rapadura, Matando Robos Gigantes, Garota sem Fio, Café Brasil, Rede Geek, Bacanudo, Scicast e mais um monte de gente querida, incrível e competente mostrando o quanto a mídia tem para oferecer.
E, em 2015, eu pude participar como palestrante falando sobre podcast educacional.
Foi no palco de Software Livre e foi uma experiência fantástica e que já rendeu frutos ao incentivar alguns novos produtores. É maravilhoso quando alguém te conta que produziu algo por ter se inspirado com a sua mensagem.
Divido estas conquistas com vocês por acreditar que palestrar num evento destes é uma oportunidade fantástica para ir além. Tenho dezenas de casos legais sobre isto e são tantas histórias de Campus Party e de Podcast ótimas que daria outro post!
Campus Party em novas mãos
Depois daquela crise de coluna em 2014, tomei a decisão de abandonar a vida de eventos em prol de uma rotina mais saudável. Pode parecer um contrassenso, mas comecei a trabalhar com política. Em 2015, pude participar do evento, mas foi uma despedida. Em 2016, por conta da nova rotina, não consegui nem acompanhar ao streaming.
Curioso que, para o evento, também foi um momento de virada.
Após sofrer com a perda de patrocínios e de incentivos governamentais, o Instituto Campus Party e a Futura Networks da Espanha fecharam parceria com a MCI Group, que assumiu a organização, levando a Campus Party a um novo patamar.
Ainda em 2016, o evento contará com edições regionais inéditas agendadas para Belo Horizonte e Brasília.
E para driblar as dificuldades de patrocínio, comuns em ano eleitoral, contou com um novo formato para a edição de Recife, uma virada digital com 24 horas ininterruptas de conteúdos.
A próxima Campus Party 2017 #CPBR10 será épica
E com tanta novidade, a ansiedade pelas surpresas de 2017 já estão me deixando maluca. O evento completará dez anos e eu estou aqui pensando que seria uma ótima chance de criarmos algo igualmente épico com os podcasters.
Eu sei que tem muita gente decepcionada com tretas do passado, mas a ação precisa vir das pessoas e não das organizações.
Precisamos dominar a Campus Party.
Precisamos emplacar conteúdo nos palcos, nas comunidades, promover lançamentos, fazer programas ao vivo, mobilizar nosso público, promover crossovers entre programas e, quem sabe, bater recordes!
Eu dividi algumas histórias do passado e quero saber das histórias de vocês, mas eu também quero sentir o futuro! Vamos?