- Texto: As Filhas da Puta
- Autor: Erika Figueira
- Interpretação: Erika Figueira (@erikapes) – Sexo & Tintas
- Música: One Simples Idea – Trilha do filme A Origem
- Duração: 2min17s
Arte da vitrine: Rodrigo Sena
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As Filhas da Puta
Aceito alegremente o fardo de persona non grata, cantando desvio de pedras, rebolando e mandando beijos.
Para algumas ridículas eu sussurro que meu corpo não é fechado, e é a tua ignorncia que te atinge fazendo crer que é a inveja, essa nem existe… tudo bem, continuem se enganando queridas, se esse é o seu desejo…
Não necessito de ridículas frases de auto-ajuda pra ficar de pé e pouco me importa a imagem que eu vejo em meu espelho, a imagem que eu persigo não se reflete em materiais sólidos, minhas curvas já conquistaram o único amor eterno, o PRí“PRIO.
O que a princípio tem cheiro de “perda de dignidade”, no final das contas é apenas uma pedra sobre a liberdade, que minha raiva a triturou por algumas noites, meu rancor ácido dissolveu o mineral até virar fumaça, a dor passou, a mágoa esgotou e aí estão elas:
A louca que me restou ser, desenterrou mulheres mortas, se desavergonhou das putas, clamou por filósofas, depois de desejar sumir da vida, mas respeitando o fato de não ser a hora da morte, tudo que “vier vieu”, pra quem tem ousadia de partir apenas desejo boa sorte.
Suicidei meus medos, peguei no colo uma mulher frígida chamada Moral e joguei pela janela, as críticas coloquei no correio com destino “puta que pariu”.
E aqui estou eu, e agarrados em coleiras como cíes empunho meus predadores mentais, metade do rosto iluminado carregando orgulhosamente minha sombra tal qual Rembrandt, fugi das procissões e danço blues no eterno velório da princesa que partiu.
Mas diariamente visito a maternidade, e do vidro mostro a face da persona non grata que dou luz, pois sendo comida diariamente pela hipocrisia, a minha puta, a todos os meus demônios ainda não pariu…