- Texto: A Zumbi
- Autor: Erika Figueira
- Interpretação: Erika Figueira (@erikapes)
- Música: Trilha do filme 28 Days later
- Duração: 1min44s
Arte da vitrine: Rodrigo Sena
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Este Po(D)ema faz parte de uma série. Parte 6/24.
A Zumbi
Pode se esperar tudo, de quem não espera mais nada.
A morte de sonhos triviais traz teus pesadelos í tona, e se todos os bebês que te foram destinados í parir já pairam por aí, pode fechar suas pernas, é pela garganta que sua nova velha cria virá ao mundo.
Nas paredes brancas almofadadas dos becos perdidos do teu cérebro seus heróis foram disfaçados de codnome insanidade, Batman é extremamente sem graça, só teu Coringa sorri expondo sua boca rasgada pela sociedade.
E cá estou eu, que como várias mulheres já me senti engessada, mesmo sendo inteira, como diz Lucilla Affonso, me senti mutilada. Pois que acordem os zumbis pois as rosas dos meus vasos murcharam, castelos desmancharam, príncipes se suicidaram, as garrafas que guardavam meus mapas do tesouro não estavam lacradas e todos os mapas que poderiam me levar “a algum lugar”, se desmancharam.
As luzes foram se apagando uma por uma. Tudo está escuro e mesmo assim, eu que por muito chorei crendo que me perdi de mim entendi finalmente que sou uma mulher que foi morta em vida e tudo que brotar de mim, feio, torto, indecente, errado… tem o único propósito de sair do reino dos mortos, e retornar í vida.