Meu podcast favorito me pediu dinheiro, o que eu faço?

Vários podcasts, e não apenas eles, tem lançado projetos de patrocí­nio direto pelos ouvintes. Muitos usando a plataforma do Patreon, mas também usam PayPal, Pag Seguro, depósito em conta ou qualquer outra ferramenta que possa existir.

Como reagi a isso? Aderi imediatamente!

Acredito que se há algo que tem o potencial de mostrar o quío revolucionário e diferente a internet pode ser é o patrocí­nio direto de produtores de conteúdo. É uma das melhores formas de nós, consumidores/ouvintes, dizermos o que queremos, sem que o produtor de conteúdo, e por consequência os consumidores, tenha que se sujeitar í s vontades de uma empresa patrocinadora.

Porque não adianta dizer que não gosto do rumo que um podcast está tomando se quem paga as contas do servidor, equipamentos, etc e tal é a empresa que o patrocina. É ela que vai ditar as regras e não o ouvinte.

É o que acontece nas mí­dias tradicionais, onde a dependência do patrocí­nio de empresas e de governos, a ponto desta dependência comprometer seu conteúdo.

Mas agora eu posso dizer: olha, seu podcast é o que quero ouvir e vou te patrocinar. Ou não é o que quero e, sinto muito, ficará sem o meu dinheiro. Sim, neste caso vou agir exatamente como uma marca de sabío em pó, uma fábrica de carros ou uma distribuidora de filmes agiria: vou financiar o que me interessa.

Escolhendo e definindo o que patrocinar:

Como entusiasta de podcasts vou sempre incentivar o financiamento direto. Mas como disse, isso não significa que eu vá aderir a qualquer tipo de pedido de patrocí­nio.

Primeiro porque ainda não ganhei na megasena acumulada de Ano Novo. Segundo porque não são todos os tipos de conteúdo que eu gostaria de patrocinar.

Sobre a primeira questão, fiz o que qualquer um deve fazer e, se não o fizeram, recomendo que façam: peguei meu orçamento mensal, fiz as contas do quanto poderia e acho razoável gastar com este patrocí­nio. E no momento isso pode chegar a U$ 40,00, desde que não ultrapasse a barreira dos R$ 4,00. Usei o dólar como referência por ser esta a moeda usada no Patreon, a plataforma mais conhecida atualmente. Este é o valor que acho razoável no MEU orçamento. Cada um deve fazer suas contas e achar o valor que cabe no bolso.

Estabelecido isso, entra o segundo ponto: quais podcasts patrocinar? E quanto de dinheiro devo destinar a cada um. Eu poderia patrocinar 40 podcasts com U$ 1,00 pra cada, e isso poderia parecer justo. Mas não escuto 40 podcasts, e nem todos os que escuto aderiram a este tipo de patrocí­nio.
Já que os critérios de escolha são pessoais, então não vou expor todos os meus aqui. Vou expor dois que acredito serem o mí­nimo a se observar:

  • Exposição clara dos motivos do patrocí­nio e onde será gasto o valor arrecadado. Transparência é essencial. E se no valor o podcaster incluir a possibilidade de poder viver apenas do podcast, acho isso plenamente válido. Mas deve deixar isso claro.
  • Sinceridade e compromisso com o ouvinte. Algo que só posso ter alguma ideia ouvindo os podcasts há algum tempo, interagir e, com isso, perceber se existe ou não.

Com isso já escolhi 7 projetos até o momento.

E ao fazer esta escolha de podcasts a financiar também me impus uma condição: parar de patrocinar qualquer podcast que mude de linha abruptamente sem me avisar e receber meu O.K. ou que tenha queda de qualidade no conteúdo. Pode não ser um critério importante para todos, mas para mim é.

Afinal, é o meu dinheiro que está sendo investido ali, e é bom que me agradem. Nisso vou ser como qualquer empresa que resolva patrocinar o podcast.

Agora vem outra questão:

Porquê um relato tío pessoal?

Simples: porque gostaria que mais pessoas aderissem a esta forma de patrocí­nio. Ou financiamento. Tanto pelas razões que expus no começo deste artigo, como também porque há muitos projetos bons que merecem financiamento. Não conheço todos e não posso financiar todos.

Não acredito que deva ser a única forma de financiamento de podcasts, mas é mais uma opção. E uma boa opção.