O Heavy Metal é um gênero universal e sem fronteiras. Ele agrega cultura e novas experiências. É muito errado limitá-lo a uma única lí­ngua.

Olá, Headbanger. Falando de Olinda – PE, meu nome é Thiago Miro e este é o Heavy Metal Böx, um podcast que lhe levará para uma jornada ao longo de quase 50 anos de história do Heavy Metal através de seus artistas, músicas e histórias.

Neste episódio falarei sobre a lí­ngua do Heavy metal. Mas o que exatamente isso quer dizer? Vamos ao episódio.

[toggle title=”ROTEIRO COMPLETO”]

O Heavy Metal nasceu na Inglaterra. Foi de lá que as maiores bandas da história saí­ram e ganharam o mundo. Talvez por isso tenha se difundido que o inglês é a linguagem do metal, foi assim que nós o conhecemos.

Algo similar ocorre quando vemos pela primeira vez um desenho animado dublado. Quando vamos ver no idioma original não costuma ter a mesma graça. Eu sinto isso com diversos desenhos da década de 80 e 90 quando vou buscar por coisas novas hoje em dia.

Durante o Rock in Rio de 2014, durante o show da banda alemí Destruction, o baixista e vocalista Marcel Schirmer tentou falar em português com o público… se atrapalhou e decidiu falou em inglês, ele afirmou que essa é a linguagem do metal.

Será? Bom, eu discordo e vou dar bons motivos para isso. Vamos fazer agora um tour pelo mundo e mostrar um pouco do contrário.

Há vários anos eu venho numa jornada de conhecer bandas de metal de todos os paí­ses do mundo. Claro, só valem bandas que cantam em seus idiomas nativos.

Eu vou começar nosso passeio pela Europa e olha, eu vou pedir que você preste bastante atenção nas músicas, principalmente as que você não conhece. Depois eu vou perguntar se você reparou algo nelas, blz?

Vamos pegar o avião.

O nosso primeiro desembarque é na Espanha. Vamos ouvir um pouco do metal espanhol com a banda Warcry, um quinteto de Power Metal criado em 2001. Ouve aí­.

Warcry, ok? Não esqueça. Se depois do episódio você quiser conferir todas as bandas citadas nesse episódio é só ir no post em heavymetalbox.com.br, lá tem o roteiro completo de todos os episódios.

Ok. Pegando o avião de novo… vamos par ao vizinho França, apreciar um dos sotaques mais bonitos do mundo.

A França tem ótimas bandas de Heavy Metal, muitas delas cantam em inglês. Mas aqui vou apresentar a banda H-Bomb, com a música Coup de Metal. Está aí­ algo que eu nunca tinha imaginado antes: Thrash em francês. Vê só que foda.

Incrí­vel, não é? Bom, agora vou pegar um carro e ir logo ali do lado, em Berlim.

É IMPUSSIBRU falar de bandas de metal que cantam em seus idiomas nativos e não parar na Alemanha para falar do Rammstein.

O que eu vou falar eu sei que você vai se identificar. Nenhum headbanger tem uma banda ou música preferida para vida toda. Todo ano a gente estoura os ouvidos escutando alguma coisa sempre mais que os outros. E eu estou dizendo isso porque no último ano eu tenho ouvido Rammstein mais que tudo na vida. Atualmente é a minha banda preferida. O som industrial/militar deles, uma música até bem simples, musicalmente falando, possui um poder inexplicável.

O Rammstein conseguiu algo que rarí­ssimos artistas conseguiram, ganharam o público dos Estados Unidos, um público extremamente fechado ao que não é feito em inglês. E eu digo rarí­ssimos artistas porque eu mesmo não encontrei outras referências, então se você souber, por favor, me fale nos comentários. E não vale o Psy, blz?

Vamos continuar descendo no mapa… agora estamos na Itália.

A Itália é a terra do Lacuna Coil, uma banda de metal gótico com vocal feminino, é uma banda que eu gosto bastante. Apesar de pouco conhecida, já é uma banda veterana, já são 22 anos de carreira.

Eu acho uma pena que o Lacuna tenha se enveredado pelo Nu Metal. Eu gosto muito da fase gótica deles e o Nu não é uma vertente que me agrada. Mas enfim.

#PartiuRepúblicaTcheca

Cara, heavy metal em tcheco. É completamente impossí­vel sequer imaginar o que está sendo cantado. Mas isso é um problema? Claro que não.

A banda que você está ouvindo se chama Kabat, é uma banda de metal clássico/Hard rock com um som muito forte. Vale a pena ouvir tudo dos caras.

Agora vamos subir um pouco no mapa e desembarcar na Finlndia, lar de bandas consagradas com o Nightwish e o Sonata Artica. Mas a banda da qual eu quero falar nesse paí­s é o Terí¤sbetoni.

O que eu acho interessante das bandas finlandesas é que você pode não entender nada do que estão cantando, mas você consegue cantar exatamente igual. Não sei se essa informação procede, mas me parece que todos os fonemas finlandeses são iguais aos nossos. Por isso se você pegar a letra de alguma música de lá, pode sair cantando como se fosse português porque a pronuncia vai sair certinha.

A última parada na Europa será na Turquia. Vamos ouvir a banda 80 Kalibre, 80 Kalibre, eu realmente então tenho ideia de como se fala -œoitenta- em turco. O que importa aqui é que a banda é foda e mais do que merece estar aqui.

Aviío decolando agora e pousando na Rússia. Espera aí­, para tudo, para, para, para.

Como você imagina que o metal na Rússia? Você já deve imaginar o Putin montado num dragío, empunhando uma espada, pronto para combater os malditos americanos. heheheh

Conheça aí­ o Aella, uma banda de Power Metal formada por 7 mulheres. Meu irmão, elas destroem, tocam para caralho. E se você quiser conhecer outras coisas dela eu realmente sugiro que olhe no post o nome correto da banda, porque certamente eu não estou fazendo direito.

Muito bem, agora vamos descer para o Oriente Médio. Vamos para Israel.

Como eu já mencionei no episódio sobre Angel of Death, Israel é um paí­s que tem uma cena metal bem forte, tanto que causaram toda aquela polêmica com a música do Slayer.

Em Israel tem uma das bandas que eu acho mais espetaculares, ela se chama Orphaned Land (que em português seria Terra sem dono). Legal, né? Se você já leu ou viu algo sobre o oriente médio, esse tí­tulo faz muito sentindo.

O mais espetacular de ter descoberto o Orphaned Land (muito obrigado Ivan Motosserra por ter me apresentado) é que eles não fazem apenas músicas em árabe, eles fazem também músicas em hebraico, cara…

E sim, eu sei que o hebraico é um dos idiomas oficiais de Israel, mas é um idioma pouquí­ssimo falado. Eu diria que ainda é falado para preservá-lo e não deixar que se estinga. Ouve aí­ a música Nora El Nora.

Muito bom, né não? Mas cara, agora você vai ouvir algo que eu duvido que você imaginasse existir: Heavy Metal iraniano.

Se você está aqui desavisado, se você nunca assistiu o documentário Global Metal no Netflix, saiba que no Iran, o Heavy Metal é proibido, é tío proibido quanto a homossexualidade.

Nesse documentário do Netflix, o antropólogo Sam Dunn viaja para o Paquistío para entrevistar um engenheiro iraniano sobre como é ser um headbanger num paí­s que vive uma ditadura religiosa. O cara contou que ele só consegue ouvir disco contrabandeados e tudo muito escondido porque ele pode ser preso se encontrarem isso na casa dele.

No documentário ele estava usando uma camisa do Iron Maiden, que ele disse deixar na empresa que ele trabalha. Ele não pode levar ela para o Iran.

Bom, a banda que está tocando se chama Farshid Arabi, é um quarteto de Heavy Metal com um som incrivelmente bom e bem produzido, eles têm clipes e tal e a pergunta que fica, cuja eu não tenho ideia de como responder:

Como demônio eles conseguem ter uma banda de metal no Iran???

Eu não sei responder. Você sabe? Pelo amor de Lemmy, me diga como funciona isso.

Vamos voar agora para o leste asiático. Aqui nesse lugar do mundo vamos ouvir bandas de três paí­ses. Eu não vou falar quais são esses paí­ses. Você vai ouvir e pelo estilo de elementos incorporados na música você vai tentar adivinhar de qual paí­s essa banda é. Depois eu conto de onde são e você me diz se acertou, blz? Ok, vamos ouvi-las e já já eu falo mais sobre.

A primeira música que você ouviu foi da banda Concerto Moon, uma banda de Power Metal do Japío, com influência fortí­ssima do Deep Purple. É sério, í s vezes é até estranho o tanto que eles parecem o Deep Purple.

A segunda foi a banda Saturn, uma banda indiana/Paquistanesa formada por caras bem novos, mas eles já têm dois discos publicados.

E a terceira banda foi o Tengger Calvary, uma banda de metal da Mongólia. É, meu querido batedor de cabeça, até na terra do Genghis Khan tem metal.

E na ífrica, será que tem metal lá?

A ífrica é alucinada por thrash metal. Talvez por ser um continente com uma sociedade mais violenta que os demais, talvez por isso eles tenham uma preferência por um tipo de metal mais agressivo, mais violento.

Pelo menos, pelo que lemos todos os dias, essa é a impressão que temos de lá.

Você está ouvindo a banda KOBUS, da ífrica do Sul, que apesar do idioma oficial ser o inglês, eles fizeram questão de criar músicas em dialetos africanos. Fantástico.

E claro, não é, porra. Não pode faltar o Brasil. Por favor, toca Angra em português aí­.

Depois de passar por todas essas bandas, o que eu dizer afinal?…

O legal dessa viagem pelo mundo é você sentir que o heavy metal é universal, ele não tem lí­ngua oficial. Mas o mais legal ainda é você sentir que em cada uma dessas bandas, em cada paí­s, há uma pitada da cultura local… Lembra do desafio que eu lhe fiz de ouvir com atenção todas as músicas? Agora volte o episódio e ouça de novo, você vai reparar que em cada uma delas, há muitos elementos da cultura de cada paí­s inserido de alguma forma. Você acaba sendo inserido na cultura deles. O Heavy Metal é fantástico.

Então, Marcel Schirmer, você é foda, o Destruction é incrí­vel, mas você está errado.

E assim eu me despeço deste episódio… você gostou? Pow, então assina aí­ para receber os novos episódios assim que eles forem publicados. Se quiser sugerir algo ou criticar deixe algo nos comentários ou envie e-mail para contato@heavymetalbox.com.br.

Obrigado por ouvir, até o próximo.

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Criador curioso de sites, editor mais curioso ainda de podcasts. Viciado em séries e podcasts. Leitor nato e aspirante a cientista da computação.